MP ilibou agente da PSP que Inspecção quer castigar
Quarta-feira, 4 Junho, 2008
A pena de suspensão determinada pela Inspecção-Geral da Administração Interna (IGAI) poderá chegar aos 120 dias, se o inquérito disciplinar em curso concluir pela culpa do agente, que participou em confrontos com participantes numa manifestação de extrema-esquerda que acabou em violência.
A IGAI considera que o agente agiu com excesso de força e “culpa grave”, e propõe a suspensão, mas o Ministério Público (MP) entende que a intervenção policial foi a “estritamente adequada” e mandou arquivar a queixa, segundo documentos a que o JN teve acesso.
A Associação Sindical dos Profissionais da Polícia/PSP (ASPP), reconheceu ao JN a existência da discrepância. “Vamos pedir uma reunião”, disse Paulo Rodrigues que pretende ver esclarecido pela IGAI qual o sentido das acusações. É que, além da gravidade da acusação ao agente em causa, Paulo Rodrigues entende que o “moral do CI está bastante atingido”. “Entendemos que a reacção policial foi proporcional e de acordo com os regulamentos, como conclui, aliás, o MP, mas agora ficamos sem perceber como um deve um agente agir”, acrescenta.
O caso reporta-se a 25 de Abril do ano passado, quando uma manifestação ilegal da extrema-esquerda percorreu o centro de Lisboa.
Segundo a acusação do Ministério Público, a manifestação estava associada aos “movimentos radicais, anarquistas e de extrema-esquerda”. A acusação, deduzida pela 4ª Secção do Departamento de Investigação e Acção Penal (DIAP) de Lisboa conclui que “os elementos dos autos permitem afirmar que esta ‘manifestação’ foi planeada e organizada por indivíduos (…) cujo fito era a desestabilização e provocação das pessoas que por ali passavam e das autoridades policiais”.
Quando CI chegou ao local, os agentes tentaram identificar os manifestantes que já tinham agredido vários transeuntes e vandalizado lojas, com o lançamento de bolas de tinta. Na resposta, os manifestantes usaram tubos em ferro e paus com os quais “agrediram os elementos da PSP que pretendiam identificar quatro deles”. Os elementos do CI recorreram aos bastões e foram feitas várias detenções e feridos de ambos os lados.
O DIAP entende, no entanto, que o “grau de hostilidade e organização que os manifestantes revelaram desde o princípio da manifestação impunha uma actuação policial que rapidamente pusesse termo às agressões e violações da lei”, tendo determinado o arquivamento das queixas, incluindo contra o agente que é alvo da acusação da IGAI. Para o DIAP o elemento do CI agiu dentro da lei, mas para a IGAI, que reconhece a intocável folha de serviço do agente, actuou com “prejuízo para os cidadãos atingidos”, ou seja os manifestantes. O advogado do agente deverá recorrer.»
É com alegria que vejo que este site não foi esquecido. Assisti a alguns dos acontecimentos desse dia e ainda há muitas respostas por dar. Tinha uma ou outra imagem desse dia mas, infelizmente, perdi-as.
Parabéns a quem gere o site. Melhor só mesmo uma versão impressa.
Cumprimentos.